Forti Corse - A equipe ''quase brasileira'' que deu errado

Fundada em 1991 pelos irmãos Guido e Carlo Forti, a equipe italiana Forti Corse entrou para a Fórmula 1 em 1995, com o carro Forti-Corse FG01, que tinha como fornecedora de motor a Ford. Apesar de ser conhecida como equipe "Italo-Brasileira" devido aos seus patrocinadores majoritários brasileiros, a Forti Corse era oficialmente uma equipe italiana. Esta equipe que é pouco lembrada, enfrentou diversas dificuldades financeiras ao longo de sua breve história na categoria.


O FG01, carro apresentado em 1995 pela Forti, era considerado um dos carros mais fracos do grid, juntamente com a equipe Pacific, e sofria com a falta de recursos para desenvolvimento e melhorias. Durante a temporada de 1995, a equipe teve dificuldades em se qualificar para a maioria das corridas e frequentemente ficava vários segundos atrás dos líderes. A estratégia da equipe era pilotar com cautela, evitando quebras e torcendo por abandonos dos pilotos da frente, na esperança de conquistar alguns pontos.

Além disso, o Forti-Corse FG01 de 1995 foi o último carro com câmbio manual a competir na Fórmula 1. Os pilotos Pedro Paulo Diniz e Roberto Pupo Moreno se revezaram no comando do carro, porém, em geral, o desempenho da equipe não foi dos melhores. O carro era considerado fraco e chegava a ficar até 10 segundos atrás do líder durante as sessões de qualificação.

Apesar das dificuldades, Pedro Paulo Diniz obteve resultados relativamente melhores em comparação com seu companheiro de equipe, Roberto Moreno, nas corridas em que ambos terminaram. O destaque da temporada para a Forti Corse foi o 7º lugar de Diniz no Grande Prêmio da Austrália, última etapa do ano, onde historicamente ocorriam muitos abandonos.




No entanto, os problemas financeiros da equipe só pioraram e, em meados de 1996, a Forti Corse faliu. O FG01 foi o último carro que Roberto Moreno pilotou na Fórmula 1, enquanto Pedro Paulo Diniz comprou uma vaga na equipe Ligier para a temporada seguinte. Mas como foi a história do final da equipe^?

Decepcionado com o desempenho de Foti, Abílio Diniz (pai de Pedro Paulo Diniz) decidiu rescindir os dois anos restantes de seu contrato e, com isso, retirou seu filho Pedro Paulo do time, colocando-o na Ligier de 1996. Moreno acabou sendo demitido no final de 1995, retornando ao carrinho do time no ano seguinte. 

O projeto deixa Forti em uma situação financeira complicada. No início da temporada, o FG01B (uma versão atualizada do carro de 1995) foi pilotado pelos pilotos italianos Andrea Montermini e Luca Badoer. Após a etapa de Mônaco, Guido Forti vendeu a equipe para a Shannon Racing para resolver problemas financeiros. A Shannon Racing restagou mais de 51% das ações da equipe, que trocou o amarelo e o azul e adotou o verde, o branco e o vermelho como novas cores.


Mas mesmo a venda não conseguiu resolver a situação do Forti, que se encontrava profundamente endividada enquanto os seus proprietários travavam batalhas legais para recuperar as suas ações ao Shannon, que não tinha injetado o capital necessário para saldar as dívidas da equipa. 

O início do fim aconteceu em Silverstone, quando o fornecimento de motores Ford foi interrompido por falta de pagamento. Montemini e Badoer precisaram ir para pista (correr é uma palavra muito forte nesse caso) com o mesmo motor utilizado no treino classificatório, evitando assim que a equipe fosse multada por perder a corrida. Porém, como já esperado, isso não teve muito efeito, já que ambos os carros não conseguiram se classificar para a corrida. Na Alemanha, não participou nos treinos e, com isso, Guido Forti declarou a falência da sua equipe, não tendo somado nenhum ponto após 27 corridas (23 largadas)

Apesar de sua breve existência na Fórmula 1, a Forti Corse deixou sua marca como uma equipe lutadora e que levou um sonho que não deu certo em sua execução, que enfrentou desafios significativos, mas perseverou com determinação enquanto durou. Pelo menos seus fundadores tiveram histórias para contar e podem dizer que tentaram criar uma equipe de Fórmula 1 de sucesso.


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