O passado e o futuro de Daniel Ricciardo

 Um dos mais icônicos e marcantes pilotos australianos que já passaram pela F1 com certeza é Daniel Ricciardo, piloto esse que está atualmente em sua 12º temporada na categoria e vê seu futuro nas suas próprias mãos em tempos onde seu desempenho e o desempenho de seu carro não têm sido muito positivos.

Daniel Ricciardo após o Grande Prêmio da Arábia Saudita de 2022

Por nome completo de Daniel Joseph Ricciardo, o australiano nascido na cidade de Perth em 1º de julho de 1989 estreou em 2011 no GP da Grã Bretanha em Silverstone pela finada equipe HRT, mas sua verdadeira estreia num carro minimamente competitivo veio 9 meses depois no GP da Austrália pela outra finada equipe Toro Rosso.

Durante 2012 e 2013 permaneceu neste equipe onde conquistou bons resultados, vencendo as disputas internas com o seu companheiro de equipe Jean Eric Vergne. Em 2014 chegava ao topo de sua carreira ao ser contratado pela equipe Red Bull, substituindo o seu compatriota Mark Webber. O desempenho de Daniel na equipe foi surpreendente: 3 vitórias na temporada, 3º lugar no campeonato e uma vitória interna de lavada no então atual tetracampeão mundial Sebastian Vettel. 

Após tudo isso parecia que Ricciardo despontava para se tornar um futuro campeão mundial, as expectavivas para 2015 eram grandes. Porém em 2015 o carro da Red Bull teve muitos problemas de confiabilidade e motor, fazendo a equipe ser apenas 4º colocada no mundial de construtores e tendo Riccardo apenas em 8º no campeonato num ano sem vitórias, inclusive perdendo na disputa interna para o seu então companheiro de equipe Daniil Kvyat.

O desempenho de 2015 pôs uma pedra no caminho de Ricciardo, que precisava agora provar o contrário em 2016, porém foi nesse ano que uma nova era começava na Red Bull: a era Max Verstappen. O holandês que na época tinha apena 18 anos já chegou na equipe vencendo e sendo tratado como o queridinho da equipe, por ser piloto revelação da academia de pilotos da Red Bull. Riccardo voltou a vencer na Malásia aquele ano, o que não foi o suficiente para ofuscar o brilho de Verstappen. Nos anos seguintes, 2017 e 2018 foi a mesma coisa: Riccardo fez grandes atuações como no GP do Azerbaijão de 2017, China e Mônaco 2018, corridas essas vencidas por ele. Entretanto, para a equipe Max continuava sendo o preferido e aquele que mais chamava atenção nas pistas, sendo assim, a falta de voz dentro da própria equipe motivou Ricciardo a sair de lá ao final de 2018. 

Chegou o ano de 2019 e nele Daniel estreava na equipe Renault, o que parecia um passo para trás na carreira do australiano, o que acabou sendo isso mesmo pois ele fez 54 pontos no campeonato terminando em 9º. Infelizmente não era de se esperar mais dele com o carro que tinha no momento. em 2020, melhoras: foram dois pódios, um em Nürburgring e outro em Ímola, o que deu uma nova cara para o piloto que ficou famoso em seus pódios pelo famoso shoey, onde ele bebia a champagne com seus próprios sapatos de corrida. A relação com a equipe Renault estava boa, mas nessa altura uma decisão já havia sido tomada: Riccardo tinha assinado contrato com a McLaren. 

A chegada de Ricciardo na McLaren trouxe uma nova fase da carreira dele, esperava-se uma era onde o ítalo-australiano pudesse comandar a equipe estando a frente de seu companheiro Lando Norris. Mas não foi isso o que aconteceu: Riccardo teve dificuldades em se adaptar ao novo carro e passou boa parte da temporada atrás de Norris. Apesar da derrota interna na equipe, Riccardo teve a felicidade de voltar a vencer após mais de três anos, onde triunfou o Grande Prêmio da Itália de 2021, liderando uma dobradinha para a equipe. O ano de 2021 terminou e Riccardo fez 115 pontos, terminando em 8º no campeonato. 

O ano de 2022 veio e também uma nova era na F1 começou, porém, novos problemas para Ricciardo e a McLaren também chegaram: o carro teve muitos problemas e isso provocou um desempenho terrível na estreia no Bahrein, há 3 semanas, corrida essa onde Riccardo e Norris foram apenas 14º e 15º colocados, mais de uma volta atrás do líder. Na Arábia Saudita onde parecia haver sinal de melhoras, Riccardo abandonou e viu seu companheiro de equipe marcar pontos em 7º. 

E agora? Nessa semana acontecerá o Grande Prêmio da Austrália após três anos de hiato no evento, essa pode ser uma grande chance de redenção para Riccardo e a McLaren. Será que veremos Riccardo reagir na pista? Ou será que o australiano terá mais um capítulo de sua escura saga de problemas e azares como tem sido nas últimas corridas e até mesmo nas últimas temporadas. 

Até hoje Daniel Ricciardo acumula 8 vitórias e 32 pódios, números que comprovam que ele é um bom piloto e que mereceu chegar onde chegou, porém seu futuro depende do que ele conseguirá traduzir disso dentro das pistas a partir de agora. O Grid da Fórmula 1 é extremante concorrido e não há espaço nem tempo para muitos erros, o que coloca ele sob pressão de ter resultados que convençam a McLaren de mantê-lo na equipe. 

Ricciardo é alguém com uma personalidade marcante, conhecido por ser sorridente e ter um ar muito bem humorado, tem muitos amigos no meio do automobilismo e mostra ser uma pessoa de bons valores. Todavia, no frio e duro mundo do esporte, ser um cara bacana e amigo de todos não traz resultados práticos na pista. 

Independente do que acontecer com o futuro de Daniel Ricciardo, se ele ganhar corridas e títulos ou não, ele já demonstrou ser um dos caras mais marcantes do grid, uma possível saída dele faria falta para o mundo da F1, torceremos para que ele tenha melhores resultados, e acho que isso é algo unânime, afinal, você já viu um hater de Ricciardo?

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