O Peraltado: Quem perdeu e quem ganhou o título de 2008
Olá pessoal. Sou Eduardo Casola Filho e este é mais um artigo para a coluna O Peraltado. Hoje mexerei em um vespeiro daqueles: uma análise diante do fantástico campeonato de 2008, com a decisão em que Lewis Hamilton derrotou Felipe Massa por apenas um ponto.
Até hoje, é comum vermos discussões fleumáticas sobre as razões que levaram o brasileiro à derrota. Muitos colocam a culpa do revés na equipe Ferrari. Outros apontam para as falhas do piloto. Ambos tem a sua razão. Mas qual é a proporção desta?
Muitos textos circulam por aí com conclusões sobre o tema. Esse do Projeto Motor é bem interessante e esmiúça bem os problemas que Felipe Massa teve na temporada, apontando quais foram causados por ele e quais pela Ferrari.
No entanto, a análise apenas em cima dos resultados do brasileiro ficam um pouco frias sem uma comparação com a campanha campeã de Lewis Hamilton. Neste texto aqui, vamos fazer um paralelo entre as duas campanhas e demonstrar quem realmente errou mais e quem errou menos na briga pelo campeonato.
Começo com a análise no conjunto Felipe Massa-Ferrari. Serei mais sucinto que no artigo do Projeto Motor, apenas dando os pontos perdidos:
Erros da Ferrari:
- 10 pontos perdidos pelo motor estourado na Hungria;
- 10 pontos perdidos (no máximo) pela mangueira solta nos boxes em Singapura;
- 2 pontos perdidos por motor quebrado no GP da Austrália;
- 2 pontos perdidos por erro de estratégia nos boxes em Mônaco (era para terminar em segundo, terminou em terceiro);
- 2 pontos perdidos por erro de estratégia nos boxes no Canadá (era para terminar em terceiro, terminou em quinto);
Total: 26 pontos perdidos
Erros de Felipe Massa:
- 4 pontos por uma rodada na largada e um toque com David Coulthard no meio do pelotão na Austrália;
- 8 pontos perdidos por uma rodada besta na Malásia;
- 2 pontos perdidos em Mônaco por uma escapada na Saint Devote (era para terminar em segundo, mas ficou em terceiro [Obs: os erros de ambos contribuíram para Massa perder a posição para Robert Kibica]);
- 4 pontos perdidos pelo "Festival do Pião da Casa Própria" na Inglaterra;
- 2 pontos por não passar a Renault de Nelsinho Piquet na Alemanha;
- 1 ponto por não passar a BMW de Nick Heidfeld na Itália;
- 4 pontos por uma punição devido a um toque em Lewis Hamilton
Total: 25 pontos perdidos.
Sim. A diferença foi de um mísero ponto, a mesma diferença que custou o campeonato para o Felipe diante de Hamilton. Mesmo assim, qualquer erro que fosse evitado, seja do piloto, seja da equipe, daria o título.
Eis aqui o levantamento. Desta vez começo com o piloto por questões práticas:
Erros de Lewis Hamilton:
- 6 pontos perdidos por uma péssima largada e um toque com Fernando Alonso que resultou em um bico quebrado no Bahrein; (podia ser o terceiro, chegou em 13º)
- 10 pontos por causa de uma batida besta com Kimi Raikkonen na saída dos boxes no Canadá;
- 6 pontos na França por carregar uma punição do acidente em Montreal, além de ter um drive-throught por cortar uma das chincanes de Magny-Cours. (podia ser o terceiro sem as punições, terminou em 10º);
- 4 pontos pela punição na Bélgica (discutível, é verdade) e que deu mais dois pontos a Massa no campeonato;
- 6 pontos (no mínimo) por uma punição por jogar Kimi Raikkonen para fora da pista na largada do GP do Japão;
Total: 32 pontos.
Erros da McLaren:
- 2 pontos por problemas nos boxes na Malásia (podia chegar em terceiro, chegou em quinto);
- 6 pontos (no máximo) na Itália, pela eliminação no Q2 por partir dos boxes. Largou de 15º, terminou em sétimo. O inglês podia ter terminado mais acima;
Total: 8 pontos
Somando os prejuízos, o conjunto Massa/Ferrari desperdiçou 51 pontos na temporada, contra 40 pontos do conjunto Hamilton/McLaren.
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Considerações finais:
A pergunta que fica é: Hamilton mereceu ser campeão? Apesar dos números demonstrarem o contrário, digo que SIM, mereceu o título. Massa talvez merecesse mais, só que o caneco ficou mesmo para o piloto mais completo.
O inglês cometeu até mais erros que o brasileiro e desperdiçou mais pontos. Mas convêm lembrar que Hamilton estava no segundo ano na categoria, era um novato ainda, enquanto Massa já era mais experiente e cometeu erros até bobos em algumas ocasiões.
Hoje em dia, é quase um consenso que Lewis é mais piloto que Felipe. E isso não é um demérito ao brasileiro. Foi o piloto do país que chegou mais perto de ser campeão do mundo, com exceção de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Tem onze vitórias e respeito no paddock.
Por outro lado, Hamilton vem escrevendo a sua história na Fórmula 1. Neste momento, possui o mesmo número de vitórias de Senna e tudo indica que vai superá-lo em breve. Mais do que isso, deve terminar o ano como o terceiro maior vencedor da categoria. E terá três títulos mundiais, assim como Senna, Piquet, Jack Brabham, Jackie Stewart e Niki Lauda. Nada mau, né?
Tudo bem que o um carro de ponta ajuda. Nem é só pelo momento atual na Mercedes. Nota-se pela nossa comparação, que a McLaren foi bem mais eficiente que a Ferrari (algo difícil de imaginar nos dias de hoje) e essa eficiência foi fundamental para a conquista inglesa.
No entanto, a lição que ficou foi a que os erros de Hamilton foram mais pela busca de um algo a mais. Massa também errou quando buscou o algo a mais em algumas situações, mas o nível era diferente.
A prova definitiva da supremacia de Hamilton ficou em três corridas de 2008:
-Na Inglaterra, enquanto Massa girava sem parar, Hamilton largou em quarto e venceu com muita autoridade embaixo de chuva.
-Na Alemanha, a McLaren errou na estratégia e jogou Lewis do primeiro para o nono lugar. O Inglês conseguiu remar na pista e recuperou a ponta para uma vitória apoteótica.
-Na Itália, enquanto Massa largou e chegou em sexto debaixo de chuva, Hamilton pulou de 14º para sétimo. Lembrando que os dois carros eram quase equivalentes na maior parte do campeonato.
A campanha de Massa e da Ferrari foram dignas de garantir o campeonato, apesar dos erros. No entanto, Hamilton e McLaren foram um conjunto superior, Uma escuderia mais eficiente e um piloto mais decidido foram a receita para a conquista.
Não tenha dúvidas. O caneco ficou em boas mãos.
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| Duelo de titãs, mas com o título em boas mãos Imagem: Grande Prêmio |
Muitos textos circulam por aí com conclusões sobre o tema. Esse do Projeto Motor é bem interessante e esmiúça bem os problemas que Felipe Massa teve na temporada, apontando quais foram causados por ele e quais pela Ferrari.
No entanto, a análise apenas em cima dos resultados do brasileiro ficam um pouco frias sem uma comparação com a campanha campeã de Lewis Hamilton. Neste texto aqui, vamos fazer um paralelo entre as duas campanhas e demonstrar quem realmente errou mais e quem errou menos na briga pelo campeonato.
Começo com a análise no conjunto Felipe Massa-Ferrari. Serei mais sucinto que no artigo do Projeto Motor, apenas dando os pontos perdidos:
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| O percado capital da Estaberria de Maranello Imagem: Grande Prêmio |
Erros da Ferrari:
- 10 pontos perdidos pelo motor estourado na Hungria;
- 10 pontos perdidos (no máximo) pela mangueira solta nos boxes em Singapura;
- 2 pontos perdidos por motor quebrado no GP da Austrália;
- 2 pontos perdidos por erro de estratégia nos boxes em Mônaco (era para terminar em segundo, terminou em terceiro);
- 2 pontos perdidos por erro de estratégia nos boxes no Canadá (era para terminar em terceiro, terminou em quinto);
Total: 26 pontos perdidos
Erros de Felipe Massa:
- 4 pontos por uma rodada na largada e um toque com David Coulthard no meio do pelotão na Austrália;
- 8 pontos perdidos por uma rodada besta na Malásia;
- 2 pontos perdidos em Mônaco por uma escapada na Saint Devote (era para terminar em segundo, mas ficou em terceiro [Obs: os erros de ambos contribuíram para Massa perder a posição para Robert Kibica]);
- 4 pontos perdidos pelo "Festival do Pião da Casa Própria" na Inglaterra;
- 2 pontos por não passar a Renault de Nelsinho Piquet na Alemanha;
- 1 ponto por não passar a BMW de Nick Heidfeld na Itália;
- 4 pontos por uma punição devido a um toque em Lewis Hamilton
Total: 25 pontos perdidos.
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| A dor da derrota Imagem: Globoesporte.com |
Sim. A diferença foi de um mísero ponto, a mesma diferença que custou o campeonato para o Felipe diante de Hamilton. Mesmo assim, qualquer erro que fosse evitado, seja do piloto, seja da equipe, daria o título.
Eis aqui o levantamento. Desta vez começo com o piloto por questões práticas:
Erros de Lewis Hamilton:
- 6 pontos perdidos por uma péssima largada e um toque com Fernando Alonso que resultou em um bico quebrado no Bahrein; (podia ser o terceiro, chegou em 13º)
- 10 pontos por causa de uma batida besta com Kimi Raikkonen na saída dos boxes no Canadá;
- 6 pontos na França por carregar uma punição do acidente em Montreal, além de ter um drive-throught por cortar uma das chincanes de Magny-Cours. (podia ser o terceiro sem as punições, terminou em 10º);
- 4 pontos pela punição na Bélgica (discutível, é verdade) e que deu mais dois pontos a Massa no campeonato;
- 6 pontos (no mínimo) por uma punição por jogar Kimi Raikkonen para fora da pista na largada do GP do Japão;
Total: 32 pontos.
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| A grande besteira de Hamilton em 2008 Imagem: Grande Prêmio |
Erros da McLaren:
- 2 pontos por problemas nos boxes na Malásia (podia chegar em terceiro, chegou em quinto);
- 6 pontos (no máximo) na Itália, pela eliminação no Q2 por partir dos boxes. Largou de 15º, terminou em sétimo. O inglês podia ter terminado mais acima;
Total: 8 pontos
Somando os prejuízos, o conjunto Massa/Ferrari desperdiçou 51 pontos na temporada, contra 40 pontos do conjunto Hamilton/McLaren.
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Considerações finais:
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| Campeão legítimo? Mas é claro! Imagem: Grande Prêmio |
O inglês cometeu até mais erros que o brasileiro e desperdiçou mais pontos. Mas convêm lembrar que Hamilton estava no segundo ano na categoria, era um novato ainda, enquanto Massa já era mais experiente e cometeu erros até bobos em algumas ocasiões.
Hoje em dia, é quase um consenso que Lewis é mais piloto que Felipe. E isso não é um demérito ao brasileiro. Foi o piloto do país que chegou mais perto de ser campeão do mundo, com exceção de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Tem onze vitórias e respeito no paddock.
Por outro lado, Hamilton vem escrevendo a sua história na Fórmula 1. Neste momento, possui o mesmo número de vitórias de Senna e tudo indica que vai superá-lo em breve. Mais do que isso, deve terminar o ano como o terceiro maior vencedor da categoria. E terá três títulos mundiais, assim como Senna, Piquet, Jack Brabham, Jackie Stewart e Niki Lauda. Nada mau, né?
Tudo bem que o um carro de ponta ajuda. Nem é só pelo momento atual na Mercedes. Nota-se pela nossa comparação, que a McLaren foi bem mais eficiente que a Ferrari (algo difícil de imaginar nos dias de hoje) e essa eficiência foi fundamental para a conquista inglesa.
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| Massa fez o que pôde, mas não deu Imagem: UOL |
No entanto, a lição que ficou foi a que os erros de Hamilton foram mais pela busca de um algo a mais. Massa também errou quando buscou o algo a mais em algumas situações, mas o nível era diferente.
A prova definitiva da supremacia de Hamilton ficou em três corridas de 2008:
-Na Inglaterra, enquanto Massa girava sem parar, Hamilton largou em quarto e venceu com muita autoridade embaixo de chuva.
-Na Alemanha, a McLaren errou na estratégia e jogou Lewis do primeiro para o nono lugar. O Inglês conseguiu remar na pista e recuperou a ponta para uma vitória apoteótica.
-Na Itália, enquanto Massa largou e chegou em sexto debaixo de chuva, Hamilton pulou de 14º para sétimo. Lembrando que os dois carros eram quase equivalentes na maior parte do campeonato.
A campanha de Massa e da Ferrari foram dignas de garantir o campeonato, apesar dos erros. No entanto, Hamilton e McLaren foram um conjunto superior, Uma escuderia mais eficiente e um piloto mais decidido foram a receita para a conquista.
Não tenha dúvidas. O caneco ficou em boas mãos.
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