O Peraltado: a pequena alegria de Michael Andretti na Fórmula 1

Olá pessoal! Sou Eduardo Casola Filho e este é mais um artigo da coluna O Peraltado. Neste post, relembro o melhor dia da passagem de Michael Andretti na Fórmula 1 (e o último)

Michael Marco Andretti era o nome mais popular da Fórmula Indy para os estadunidenses entre o fim dos anos 1980 e começo dos 90. Com um estilo arrojado de pilotagem, o filho mais velho do lendário Mario Andretti era uma das grandes estrelas da categoria.

Na Indy, foi uma grande estrela

Apesar de ter falhado na tentativa de ganhar as 500 milhas de Indianápolis, Michael tornou-se campeão da Indy em 1991. Logo, a terra do Tio Sam era pequena demais para as suas ambições. O próximo passo era conquistar o mundo, ao chegar na Fórmula 1.

Andretti já havia testado carros da categoria no passado e deixou boa impressão. Não chegou a ser surpresa que o norte-americano faria o seu debute na categoria máxima do automobilismo pela McLaren, a equipe que reinou soberana nos anos 1980, mas que fora destronada pelo poderio da Willams-Renault em 1992.

A equipe de Woking buscava se reconstruir depois do fracasso e da perda dos motores Honda. Conseguiu um acordo com a Ford de última hora para ter propulsores em 1993.

Com Andretti garantido, a equipe inglesa demorou para se acertar com Ayrton Senna, que só assinou com a sua velha equipe por causa da porta fechada na Williams por Alain Prost. Enquanto o norte-americano fora anunciado em setembro de 1992, o brasileiro só assinou com a trupe de Ron Dennis poucas semanas antes do início da temporada seguinte.

Dupla dos sonhos na McLaren? Não foi assim!

Naquele ano, a Williams fazia a sua concorrência de pano de chão, com seu FW15 avassalador usando tudo que podia da eletrônica e da suspensão ativa, além do motor Renault e da aerodinâmica com a marca Adrian Newey. Junte tudo isso a um piloto do quilate de Alain Prost e o campeonato era uma barbada.

A principal ameaça era Senna, que fez milagres no começo do ano, especialmente em Interlagos e em Donnington Park, mas não tinha um carro competitivo. Michael Schumacher podia ter um carro até levemente superior ao brasileiro, mas teve um ano de altos e baixos, muito por conta da inexperiência.

Já viu que desviei do assunto e você deve estar se perguntando: "e o Andretti"? Bom, a presença dele ao longo de 1993 era marcado mais por trapalhadas que por feitos.

O estadunidense demorou para "estrear" na Fórmula 1. (thanx Galvão) Em Kyalami, ficou estacionado na largada; no Brasil, sofreu um acidente incrível no S do Senna com a Ferrari de Gerhard Berger e saiu do circuito paulistano de helicóptero.



Em Donnington, enquanto seu companheiro fazia "a melhor primeira volta da história", Andretti se engalfinhava com a Sauber de Karl Wendlinger. Por fim, uma rodada besta em Ímola acabava com sua quarta corrida seguida.

A primeira corrida a concluir foi na Espanha, com um quinto lugar e os dois primeiros pontos. Sinal de melhora? Só na aparência. No mais um sexto suado em Magny Cours e nada mais de pontos ao longo da temporada até chegar em Monza.

Para o Grande Prêmio da Itália, as expectativas em cima de Andretti eram as piores possíveis. A dificuldade de adaptação à F1, aliada aos problemas com o MP4/8, bólido fabricado em Woking, faziam com que todo mundo imaginasse que os dias do americano na categoria estavam contados.

O único momento positivo

Não darei muitos detalhes sobre aquela corrida (fica para outra ocasião), mas na prova marcada pelo looping de Christian Fittipaldi, este foi justamente o melhor resultado de Andretti na F1.

A corrida foi bem movimentada, com muitas quebras e acidentes. Apenas 11 dos 26 pilotos que largaram ficaram pelo caminho. Nomes como Prost, Senna e Schumacher pararam mais cedo.

Andretti sobreviveu e seguiu em frente. Mesmo ficando a uma volta do vencedor, Damon Hill, da Williams, o americano conseguia um excelente pódio com a terceira posição.

Porém, nem o resultado positivo serviu para muita coisa. Aquele fora seu último instante na categoria, já que Ron Dennis o defenestrou da sua equipe e efetivou Mika Hakkinen para o posto do americano.

Michael juntou os cacos e voltou a sua casa: a Indy, onde venceu na primeira corrida que participara. O filho de Mario reconstruiu sua carreira nos States de novo.

Hoje em dia, um chefe de equipe bem-sucedido

Não conseguiu mais nenhum título e nem venceu as 500 milhas como piloto, mas montou sua equipe, que tornou-se uma das mais fortes da categoria (apenas abaixo de Penske e Ganassi), além de se aventurar em outras competições como o Global RallyCross.e a Fórmula E.

A aventura na Fórmula 1 foi uma dura lição para Michael Andretti, que saiu de lá destroçado, mas ainda assim, conseguiu fechar a sua passagem com alguma dignidade, graças àquele pódio no Santuário de Monza.

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Valeu!


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