O Peraltado: o debute de Schumacher - parte I
Olá pessoal. Sou Eduardo Casola Filho, escriba do F1 Social Club e timoneiro do Barman da Velocidade. Estreio neste blog como colaborador com este post. A minha coluna quinzenal trará alguns causos sobre o automobilismo do passado, do presente e, talvez, do futuro.
O nome da minha coluna tem tudo a ver com uma das curvas mais conhecidas pelos cabeças de gasolina, a Peraltada, do circuito Hermanos Rodriguez, no México (embora ela não seja utilizada na sua forma original em 2015). Sejam bem vindos a coluna O Peraltado.
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Este primeiro texto conta a história de uma corrida bem interessante e que ficou marcado pela estreia do nome mais vencedor da história da Fórmula 1.
A história do fim de semana do GP da Bélgica de 1991 começa um ano antes na Inglaterra (sim). O piloto multinacional Bertrand Gachot envolveu-se em uma briga de trânsito que culminou com o corredor espirrando spray de pimenta nos olhos do taxista britânico Eric Court.
No fim de 1990, Gachot buscava um lugar na F1 após sofrer na insípida Coloni em 1990. A chance veio por Eddie Jordan, que colocaria sua tradicional equipe de Fórmula 3000 para correr pela primeira vez na categoria máxima.
Com o belo Jordan 191 motor Ford HB4 V8, o piloto nascido em Luxemburgo, mas com a nacionalidade belga fazia um trabalho bom em uma equipe novata, ao somar quatro pontos e fazer a volta mais rápida do GP da Hungria de 1991.
Mas a sorte de Gachot começou mudar em agosto de 1991. Em processo movido pelo taxista inglês, o piloto acabou condenado a um ano e meio de prisão pela justiça britânica e foi levado à prisão de segurança máxima de Brixton, onde teve que dividir a cela com os piores criminosos da terra da rainha.
Após protestos da comunidade automobilística da Bélgica, da França e de todo o circo da Fórmula 1, Eric Court retirou a ação e Gachot fora transferido para um presídio bem mas tranquilo até ser solto definitivamente em outubro. De qualquer forma, sua carreira não foi mais a mesma depois do episódio.
Voltando à época da prisão, Eddie Jordan precisava achar um substituto urgente para o seu carro. Alguns nomes eram especulados, como o sueco Stefan Johansson, ex-Ferrari e McLaren, que tinha corrido em 1991 pelas fracas AGS e Footwork; Bernd Schneider, ex-piloto de Zakspeed e Footwork e que vira a ser um dos principais nomes da DTM; e até a possibilidade do retorno de Keke Rosberg, aposentado desde 1986 da F1 e que tinha interesse em um retorno à categoria.
No fim, pesou a proposta do empresário alemão Willi Weber, que tinha um jovem pupilo em sua guarda. Era um rapaz com um queixo protuberante e que fora campeão da Fórmula Ford e da Fórmula 3 Alemã nos anos anteriores, além de uma passagem pela DTM, pela Super Fórmula, do Japão e pelas 24 horas de Le Mans.
Assim, por um acordo de US$ 273 mil, Michael Schumacher, piloto alemão oriundo do programa de jovens pilotos da Mercedes, faria sua estreia pela Jordan número 32 no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps.
A chega da Schumacher foi marcante desde o começo, espantando o circo da Fórmula 1 e com desdobramentos ainda naquela temporada. Mais detalhes virão no próximo post.
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O nome da minha coluna tem tudo a ver com uma das curvas mais conhecidas pelos cabeças de gasolina, a Peraltada, do circuito Hermanos Rodriguez, no México (embora ela não seja utilizada na sua forma original em 2015). Sejam bem vindos a coluna O Peraltado.
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Este primeiro texto conta a história de uma corrida bem interessante e que ficou marcado pela estreia do nome mais vencedor da história da Fórmula 1.
Bertrand Gachot |
A história do fim de semana do GP da Bélgica de 1991 começa um ano antes na Inglaterra (sim). O piloto multinacional Bertrand Gachot envolveu-se em uma briga de trânsito que culminou com o corredor espirrando spray de pimenta nos olhos do taxista britânico Eric Court.
No fim de 1990, Gachot buscava um lugar na F1 após sofrer na insípida Coloni em 1990. A chance veio por Eddie Jordan, que colocaria sua tradicional equipe de Fórmula 3000 para correr pela primeira vez na categoria máxima.
Um bom trabalho pela Jordan até agosto |
Com o belo Jordan 191 motor Ford HB4 V8, o piloto nascido em Luxemburgo, mas com a nacionalidade belga fazia um trabalho bom em uma equipe novata, ao somar quatro pontos e fazer a volta mais rápida do GP da Hungria de 1991.
Mas a sorte de Gachot começou mudar em agosto de 1991. Em processo movido pelo taxista inglês, o piloto acabou condenado a um ano e meio de prisão pela justiça britânica e foi levado à prisão de segurança máxima de Brixton, onde teve que dividir a cela com os piores criminosos da terra da rainha.
Após protestos da comunidade automobilística da Bélgica, da França e de todo o circo da Fórmula 1, Eric Court retirou a ação e Gachot fora transferido para um presídio bem mas tranquilo até ser solto definitivamente em outubro. De qualquer forma, sua carreira não foi mais a mesma depois do episódio.
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Mensagem na pista de Spa em protesto à prisão de Gachot Tradução: "Gachot, a Bélgica está com você! Você não é um hooligan!" |
Voltando à época da prisão, Eddie Jordan precisava achar um substituto urgente para o seu carro. Alguns nomes eram especulados, como o sueco Stefan Johansson, ex-Ferrari e McLaren, que tinha corrido em 1991 pelas fracas AGS e Footwork; Bernd Schneider, ex-piloto de Zakspeed e Footwork e que vira a ser um dos principais nomes da DTM; e até a possibilidade do retorno de Keke Rosberg, aposentado desde 1986 da F1 e que tinha interesse em um retorno à categoria.
No fim, pesou a proposta do empresário alemão Willi Weber, que tinha um jovem pupilo em sua guarda. Era um rapaz com um queixo protuberante e que fora campeão da Fórmula Ford e da Fórmula 3 Alemã nos anos anteriores, além de uma passagem pela DTM, pela Super Fórmula, do Japão e pelas 24 horas de Le Mans.
Estreia de Schumi |
Assim, por um acordo de US$ 273 mil, Michael Schumacher, piloto alemão oriundo do programa de jovens pilotos da Mercedes, faria sua estreia pela Jordan número 32 no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps.
A chega da Schumacher foi marcante desde o começo, espantando o circo da Fórmula 1 e com desdobramentos ainda naquela temporada. Mais detalhes virão no próximo post.
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