O Peraltado: dias nebulosos para um sorriso ardente

Olá pessoal. Sou Eduardo Casola Filho e este é mais um artigo da coluna O Peraltado. Trago neste post um assunto atual. Diante do dilema envolvendo a Red Bull e os fornecedores de motor na Fórmula 1, uma dúvida que paira sobre o mercado de pilotos seria: o que aconteceria com os funcionários das equipes energéticas que estão nas categorias.

Neste artigo, focarei mais sobre um piloto em especial: Daniel Ricciardo.

O sorriso anda escondido em 2015
O australiano ganhou experiência na HRT e na Toro Rosso com discrição e regularidade até chegar ao topo do programa de pilotos energéticos: uma vaga na Red Bull Racing.

Ricciardo entrou na equipe que havia ganhado tudo entre 2010 e 2013 e tinha em Sebastian Vettel como seu capitão dentro das pistas. Com as mudanças no regulamento, a turma dos energéticos perdeu o posto de principal equipe da Fórmula 1, com reflexos severos na equipe.

Quando estiveram juntos, um vareio do australiano
O rapaz de sorriso aberto e espontâneo aproveitou-se do momento e mostrou o seu potencial. Mesmo sem condições de brigar pelo título, Ricciardo demonstrou regularidade e personalidade. O aussie atropelou o tetracampeão de forma incontestável e afirmou seu nome em definitivo na categoria.

Chegou 2015 e sem Vettel, que rumou para a Ferrari, imaginava-se outro atropelo,desta vez contra o jovem russo Danil Kvyat. Apesar do favoritismo ser confirmado nas classificações (RIC 10 X 5 KVY), a classificação do campeonato mostra uma vantagem do russo de três pontos.

Placar em classificação: RIC 10 x 5 KVY / Placar em corrida:  RIC 7 X 8 KVY
É certo também lembrar que Ricciardo sofre com os problemas mecânicos constantes ao longo do ano, assim como Vettel sofreu em 2014. Mas Kvyat também andou sofrendo com isso ao longo dos anos. Não se engane. O desempenho na pista tem sido equilibrado entre os dois.

Ameaça energética

Não bastasse o desempenho de pista ter caído, com a Red Bull descendo de segunda para quarta força do grid, a equipe dos energéticos está em litígio com a Renault devido aos altos problemas da Unidade de Potência. As reclamações acintosas deixaram não só os franceses ressabiados, como também as demais fornecedoras.

Renault e Red Bull em pé de guerra
Neste cenário, muito se discute sobre o risco da empresa austríaca retirar suas duas escuderias e deixar a F1. Não é difícil de imaginar que a carreira dos pilotos energéticos sofreria um abalo grande.

Como o Corradi apontou recentemente, para Ricciardo, o mais experiente dos pilotos atuais da Red Bull, a incerteza é preocupante, pois há a necessidade de estar ligado a um projeto estável a longo prazo.

Em caso de uma saída dos rubrotaurinos, a quem recorrer? As vagas estão escassas e a concorrência é forte. Mesmo assim, o trabalho feito pelo australiano não permite que se aceite vê-lo a pé.

Agora, para ele ser acolhido por alguma equipe, muitas coisas precisam ocorrer, pois o aussie não vai querer ser mero coadjuvante. Se puder ficar em uma equipe melhor, é ideal.

E mais: caso a Red Bull tenha um motor mais fiável a sua disposição em 2016, essa pode ser a chance que ele espera para sonhar com o título.

A prova de fogo

Diante das possibilidades de conseguir brigar por posições melhores no grid se os energéticos se acertarem com Mercedes ou Ferrari. Ricciardo tem mais um desafio na carreira: provar que 2014 não um ano fora da curva e que ele é capaz sim de estar entre os grandes da categoria.

Ricciardo atrás de Kvyat: cena inesperada em 2015
Voltando ao retrospecto deste ano, a disputa equilibrada com Kvyat coloca um pulga na orelha de quem acompanha o circo. Mas o australiano ainda mantêm a credibilidade conquistada com o desempenho de 2014.

Agora resta ver se o rapaz de sorrisos largos consegue pegar o bonde da história a tempo e se consegue se impor como um piloto de personalidade

Basta ver o caso de Nico Rosberg. Após penar na Williams chegou sem muito alarde a Mercedes, quando a montadora alemã voltava com tudo opara a F1, tirando Michael Schumacher da aposentadoria.

No entanto, Rosberg se impôs e em três anos, não deu a menor chance para o heptacampeão. Muitos viam o filho de Keke como um futuro campeão.

A oportunidade parecia ter vindo com as mudanças de regulamento e a ascensão mercêdica ao topo. Mas com um ambiente mais hostil e com a presença de Lewis Hamilton, as coisas não se encaixaram.

Após um 2014 bem equilibrado e um 2015 complicado, Nico mostrou-se incapaz de brigar de igual para igual com o inglês e hoje a sensação é de que ele perdeu o bonde da história (ou melhor dizendo, não o deixaram embarcar)

Por agora, sem motivos para sorrir
Ricciardo está em situação parecida. Atropelou Vettel sem dó, nem piedade, prova definitiva de seus predicados. Agora precisa ir mais além: precisa mostrar do que é feito e buscar o título mundial. O problema é achar um carro para isso.

Mas, além do carro, a motivação precisa voltar. Sofrer com Kvyat não é o melhor para os negócios. Já não basta a forma como a direção rubrotaurina trata seus funcionários, a concorrência interna é pesada. Max Verstappen é outra pedra no sapato a ser neutralizada.

O fato é que o tempo está passando e Ricciardo precisa se recolocar no topo. Precisa de sorte, também, mas precisa aproveitar as oportunidades que aparecerem. O bonde do tempo já está para sair da estação a qualquer momento.




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