O Peraltado: Um GP Brasil que não foi de mentira

Olá pessoal. Sou Eduardo Casola Filho e esta é mais um artigo de O Peraltado. Como estamos na época mais importante do ano para o cabeça de gasolina nascido no país de origem do Blanka e da Laura, falaremos de uma edição do Grande Prêmio do Brasil.

Uma corrida que parecia normal, mas não foi (Imagem: Memória F1)

O ano era 2001. O alemão Michael Schumacher tinha acabado com o tabu de 21 anos sem títulos de pilotos da Ferrari e, de quebra, venceu as duas primeiras provas do ano (Austrália e Malásia), somando seis vitórias seguidas entre o fim do 2000 e a data até então.

Com isso, o circo chegava ao circuito José Carlos Pace, em Interlagos com a animação típica do torcedor tupiniquim e a reclamação dos problemas de estrutura no grid e do asfalto. Tudo dentro do normal.

  

A 30ª edição do GP do Brasil de Fórmula 1 ocorreu na data conhecida como "dia da mentira", o 1º de abril. No entanto, a classificação estava longe de ser mentirosa, pois lá foi o alemão da Ferrari fazer outra pole position. Para completar a alegria do clã, o irmão caçula Half Ralf Schumacher.

Rubens Barrichello era a principal esperança de vitória de um piloto brasileiro naquela ocasião. No entanto, a sorte estava totalmente contra o brasileiro.

O ferrarista não foi além do sexto tempo na classificação, decepcionando um pouco a torcida que estava em Interlagos. No warm-up, Barrica conseguiu o segundo tempo e aumentou as suas esperanças.

Vai que dá, Rubinho! (Imagem: UOL)

Mas as coisas degringolaram de vez na volta de alinhamento para o grid. A sua Ferrari pifou na subida do Laranjinha e o piloto que usava as cores do Brasil no seu capacete teve que correr e pegar o carro reserva bem no limite do tempo de fechar o grid para a largada.

Tudo pronto para o começo, mas a partida foi confusa. A McLaren de Mika Hakkinen ficou estacionada na reta dos boxes. O safety-car foi acionado por duas voltas.

A corrida recomeçou com uma mudança radical. O colombiano Juan Pablo Montoya, piloto estreante da Williams, resolveu mostrar ao mundo como se faz para derrotar o poderio de Schumi.

¡Mucho gusto! ¡Yo soy El Gordito! (Imagem: F1 al dia)

Montoya, que já havia pulado de quarto para segundo na largada, mergulhou no S do Senna e engoliu o então tricampeão mundial com um belo chega-pra-lá.

Duas curvas depois, mais precisamente no fim da Reta Oposta e entrada da Descida do Lago, o calvário de Barrichello acabava. O brasileiro tentava passar a Jordan de Jarno Trulli e a Williams do Schumacher mais novo, mas acabou enchendo a traseira do carro de Ralf e ficava parado na caixa de brita.

Não deu! (Imagem: UOL)

A corrida seguiu e Montoya foi abrindo a vantagem para Schumacher e todo o resto do pelotão, partindo para uma vitória esmagadora. Com mais da metade da prova, a vantagem do colombiano para o segundo colocado era de mais de 30 segundos.

Só que o sonho da primeira vitória na categoria de Montoya acabou em uma trivial ultrapassagem em um retardatário. O piloto da Williams passou a Arrows de Jos Verstappen no fim da Reta Oposta e o pai de Max simplesmente obliterou o carro do colombiano, como Barrichello tinha feito mais cedo. Fim das chances da equipe do Tio Frank.

  

A ponta voltou para Schumacher, mas logo a chuva veio da represa e o alemão parou nos boxes, por sorte, dentro da estratégia combinada por Jean Todt e Ross Brawn. David Coulthard chegou a superar o ferrarista, mas a McLaren precisava de mais uma troca ainda com a pista molhada.

Tudo certo para mais uma vitória de Schumi, certo? Podia ser mentira, mas o carro vermelho não estava bem acertado para condições de chuva. Mesmo a habilidade normal de Michael não estrava aparecendo naquele dia. Parecia peça de primeiro de abril, mas não era.

Primeiro, Schumacher rodou sozinho na Descida do Lago (o trecho faria outras vítimas, como Eddie Irvine, da Jaguar, Ralf Schumacher (que voltou a prova mas não terminou) e o jovem Kimi Raikkonen, estreante da Sauber).

Depois, viu a vantagem para Coulthard derreter-se e o escocês aprontou para cima do germânico.

A manobra de um quê de deja vu, lembrando a manobra em que Hakkinen fez em cima do mesmo Schumacher um ano antes em Spa-Francorchamps. A coincidência é que um brasileiro estava sempre no meio do sanduíche (Ricardo Zonta em Spa, Tarso Marques em Interlagos).

   
Por fim, Schumi deu outra escapada, agora no Laranjinha, e viu qualquer chance de vitória ruir.

Com a chuva diminuindo, Coulthard não teve dificuldade para levar sua McLaren prateada a vitória (a única dele em solo brasileiro). Schumi ainda foi o segundo e Nick Heidfeld conquistou o primeiro pódio da carreira e trazendo a Sauber de volta à celebração após três anos.

Melhores momentos da prova:




Isso é tudo. Quem tiver mais alguma observação, fique a vontade para se lembrar. Abraço!





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